22 novembro 2006

Supertaça, a prova menor...

Mais uma pose para fotografia, desta feita em 1995, na supertaça disputada contra o porto na Figueira da Foz. O Benfica venceu o jogo por 77-73.
Não me lembro de nada do que se passou neste jogo... Sei apenas que foi a 5ª de 7 vitórias em supertaças em 22 edições.
Da esquerda para a direita:
Cima: Jaime Jorge, Rocha, Mário Palma, Steve, Jacques, Havrilla, Alexandre Pires, Luís Silva, José Tomaz e Mário Gomes.
Baixo: Lisboa, Flávio, Baltazar, Pedro Miguel, Seixas, João Calado, Vítor Pedroso, José Esteves e Ivo.

14 novembro 2006

"Olha quem ele é..." ou "É lixado"

Com esta fotografia poderia escrever uma de duas coisas.
Ontem no pavilhão da luz no Benfica-CAB estavam 3 elementos desta equipa. Henrique Vieira, Carlos Lisboa e Emanuel Madaleno, o número 13, arma secreta para defender o Mario Ellie, ou melhor, tentar defender...
Por outro lado poderia escrever que há uma forma muito simples de saber a que época é que esta fotografia se refere. Está lá o João Seiça. Foi a única época em que não ganhámos o campeonato em 11 anos. Curiosamente, no jogo decisivo, o Seiça fez uma exibição de sonho e, caso tivéssemos vencido, seria para sempre recordado como o homem que dera o título ao Benfica nessa época.

Para onde é que ele iria?

Ninguém sabe! O mais provável seria voltar para trás e lançar um triplo embora não se possa pôr de lado a hipótese de penetração para o cesto com uma boa conclusão ou assistência.
No entanto, uma vez vi-o a driblar de um lado ao outro do campo pela linha final e a lançar e converter um triplo. Parece incrível, não parece? Ele era...

09 novembro 2006

Jean-Jacquices

Nas suas duas últimas épocas de Benfica começámos a ver com uma relativa regularidade movimentos estranhos que raramente alguém poderia adivinhar o que é que iria sair dali. Alguns atribuíram mais tarde essa postura à sua saída para o Limoges. Outros argumentaram que o Jean Jacques não gostava do Mário Palma. Eu acho que foi apenas uma fase caracterizada por alguns momentos de desconcentração...
Independentemente destes momentos, o Jean-Jacques continuou sempre a ser o jogador mais importante da equipa a seguir ao Carlos Lisboa!

03 novembro 2006

Henrique Vieira

Ingressou no Benfica em 1981 e deixou de jogar em 1992. A sua postura em campo era extraordinária, impondo-se a colegas, adversários e até aos árbitros.
Na sua última época, em que já havia perdido a titularidade para o Pedro Miguel, fez uma das mais brilhantes exibições da sua carreira, comandando a equipa numa notável recuperação nas finais dos playoffs ante a Ovarense.
Esta fotografia foi tirada na época seguinte ao abandono do Henrique Vieira como jogador ao lado da Taça de Portugal conquistada na sua última época. A seu lado está José Tomaz, provavelmente o dirigente com mais títulos na história da modalidade.

30 outubro 2006

A alegria de vencer mais uma taça de Portugal

Esta fotografia é da final da taça de Portugal de 1995 disputada em Tondela e ganha ao porto por 1 ponto apenas (80-79).
Foi a 4ª vitória consecutiva numa série de 5. Mais uma vez destaco a alegria demonstrada por apenas mais uma taça, particularmente pelo Lisboa, Jacques e Flávio.

26 outubro 2006

Fisicamente também era perfeito

Para além das qualidades técnicas extraordinárias, da mentalidade hiper competitiva e da personalidade fortíssima, o Carlos era também um óptimo jogador do ponto de vista físico.
Nesta fotografia podemos ver a sua capacidade de impulsão. Segundo o Lisboa, essa capacidade foi adquirida em horas intermináveis a saltar bancadas de um estádio de futebol.
A sua velocidade também era notável. Quando era feito o exercício "suicídio"* era ele quem normalmente chegava à frente. Lembro-me que o Emanuel Madaleno conseguia-lhe ganhar de vez em quando mas nunca com facilidade pois o seu espírito competitivo não aparecia apenas nos jogos, mas em tudo.
Da velocidade de execução nem vale a pena falar. Penso que foi o Obradovic, famoso treinador de equipas como o Real Madrid e outras do topo do basquetebol europeu, quem disse que o Carlos era o jogador com um lançamento mais rápido que já havia visto. Era de facto impressionante!
A juntar a estas qualidades, tinha ainda a particularidade de recuperar de lesões em tempos recordes.
Não faço a menor ideia em que jogo é que esta fotografia foi tirada mas pelo equipamento, terá sido em 1987 ou 1988.



* Exercício que consistem em sprintar da linha final - linha de lance livre - linha final - meio campo - linha final - outra linha de lance livre - linha final - outra linha final.

23 outubro 2006

Jacques vs Dominique

Tenho repetido que o melhor afundanço que vi o Jean Jacques fazer foi no jogo da vitória em Badalona mas este vídeo, mais um com a marca clearedfortakeoff, mostra aquele que terá sido o melhor minuto da sua carreira.
Benfica - Panathinaikos no pavilhão de Almada e o Jacques faz este grande afundanço na cara do Dominique Wilkins. Na jogada seguinte, o Dominique recebe a bola como trailer e tenta fazer um afundanço na cara do jacques que o vinha a acompanhar. Tentou mas não conseguiu!!! O Jacques deu-lhe a maior abafo da história da humanidade!!! Que grande momento do Jacques, que grande momento de basquetebol!
O Benfica venceu este jogo por 96-87 e teve como principal figura o Lisboa que marcou 32 pontos. O Jean Jacques marcou 24 e o Pedro Miguel 16.
O Panathinaikos tinha uma grande equipa com jogadores como o Dominique Wilkins, Giannakis, Alvertis, Vrankovic e Ekonomou. Nessa época, e apesar da derrota em Almada, viriam-se a sagrar campeões europeus.

22 outubro 2006

Equipa tri-campeã na pre-época

Adoro esta foto!!!
Adoro porque os jogadores de baixo estão de joelhos.
Adoro porque os jogadores estão com os equipamentos com o carimbo "bk". A lavandaria servia o clube inteiro e havia que identificar os equipamentos de cada modalidade.
Adoro porque foi tirada no campo nº2, durante a pre-época do tri-campeonato, e lembro-me que essa era uma mania do Prof. Curado.
Adoro porque aparece o Armando Mota e o Silvestre.
Adoro porque estão juntos os três grandes capitães dos anos áureos do basquetebol do Sport Lisboa e Benfica: José Luís, Henrique Vieira e Carlos Lisboa.
Adoro porque faltavam ainda ao estádio da Luz os elevadores que davam acesso aos camarotes de empresa e imprensa construídos em 1991.
Enfim, adoro porque sim!
Da esquerda para a direita:
Cima: Mike, Barbosa, Silvestre, Barreto, Guimarães, Armando Mota
Baixo: José Curado, Lisboa, Henrique Vieira, José Luís, Gameiro, Fernando Marques e Não me lembro do nome.

21 outubro 2006

Final da Taça de Portugal de 1993

Mais um vídeo do clearedfortakeoff, desta vez da final da taça de portugal de 1993 disputada na Madeira e vencida pelo Benfica frente à Ovarense por 91-86.
Neste vídeo podemos ver um bom afundanço do Mike.

20 outubro 2006

Afundanços do Jacques

O leitor clearedfortakeoff disponibilizou um vídeo com alguns afundanços do jacques na final dos playoffs de 1994 contra o Esgueira. Reparem bem no 2º afundanço...
Quanto à época de 1993-94, 9 vitórias, 0 derrotas nos playoffs atestam bem da superioridade do Benfica em relação aos seus adversários.

19 outubro 2006

Outra foto dos festejos do último campeonato

Invasão de campo e o Tor Bryn a fugir para os balneários. A foto dá a sensação que até o shô guarda o queria felicitar.

17 outubro 2006

O último dos triplos do Lisboa frente ao Partizan

Graças ao leitor Clearedfortakeoff, podemos ver um vídeo do triplo que fechou a vitória frente ao Partizan de Belgrado em 1995 por 112-95.
Lisboa - 45pts, 5r (10 em 15 triplos!!!!)
Pedro Miguel - 18pts, 10ast
Nahar - 18pts, 4r
Jacques 17pts, 5r

11 outubro 2006

Vitória em França contra o campeão Francês

Este foi um daqueles jogos em que o Mário Palma espremia até aos limites a capacidade física dos jogadores mais importantes. Utilizou 6 jogadores no jogo, sendo o 6º jogador o Carlos Seixas, utilizado apenas durante 10 minutos.
Este jogo contra o Pau Orthez foi em 1994, naquela que terá sido a melhor época europeia do Benfica. Foram 5 triunfos na "champions league" do basquetebol europeu.
Vencemos por 8 (72-80).
Resumo estatístico:
Lisboa: 24pts, 7r, 4ast
Jacques: 21pts, 6r
Pedro Miguel: 12pts, 4ast
Mike: 12pts, 5r
Guimarães: 11pts, 8r, 3ast

Nesta foto podemos ver o Pedro Miguel a fazer uma assistência sob o olhar atento do Mike Plowden.
O Mike merece muitos posts, mas neste momento faço somente uma breve referência. As estatísticas no basket ajudam a perceber o que se passa nos jogos mas não nos dizem tudo. Para além de ser um alicerce fortíssimo do espírito de grupo reinante, o Mike era um exímio defensor, daqueles que quando agarrava um adversário nem sequer o deixava respirar. Esta acção tão importante do jogo não aparece nas estatísticas. O Mike foi 10 vezes mais importante do que é demonstrado pelas estatísticas.

09 outubro 2006

Mais uma vitória sobre gregos

Desta feita ante o Panionios por 12 pontos(88-76).
Os destaques deste jogo vão para o Jacques(13pts, 9r), Pedro Miguel(14pts), Guimarães(17pts, 11r) e, como não podia deixar de ser, Carlos Lisboa(29pts - 7 triplos).
Nesta foto vemos o Jacques a concretizar mais 2 pontos provavelmente de contra-ataque.

06 outubro 2006

A linha de 3 pontos

Quando se vencem 99% dos jogos as discussões derivam para assuntos pouco importantes. Lembro-me que havia uma corrente que defendia que o surgimento da linha de 3 pontos havia limitado o Carlos Lisboa.
Limitado no bom sentido, porque ninguém queria que ele deixasse de lançar de 3 pontos. Diziam eles que a percentagem de lançamento de 2 pontos do Lisboa era altíssima e que por causa dos triplos o seu jogo e o do Benfica limitava-se a encontrar soluções para o libertar. Diziam também que a sua técnica individual era desaproveitada pois cada vez que penetrava para o cesto fazia coisas mirabolantes mas eram raras as vezes em que o tentava.
Eu discordo da tese da limitação do jogo. Concordo com a avaliação técnica.
Nesta foto podemos vê-lo a concretizar 2 pontos (com 75% de certeza) frente ao Estrelas da Avenida.

04 outubro 2006

Resposta a email

Recebi um email a perguntar-me onde é que os frequentadores do fórum LCB opinavam agora. Como apaguei o email inadvertidamente, respondo por aqui e peço que sugiram algum site que eu não refira.

www.basketpt.com

Para os benfiquistas:
www.serbenfiquista.com/forum
http://www.avozdaaguia.com/
http://www.canalbenfica.com/

02 outubro 2006

Mais uma fotografia de uma enorme enchente

Benfica - Porto, 5º jogo da final dos playoffs do último título conquistado. Note-se que havia mais gente em pé nos camarotes do antigo pavilhão que em alguns jogos das últimas épocas...
A foto é de um lançamento do Seixas sob o olhar atento do Pedro Miguel.

Apenas mais um dos incontáveis afundanços

Este foi contra o CSKA de Moscovo num jogo em que o Benfica venceu por 102-80. O Jean Jacques marcou 22 pontos e ganhou 12 ressaltos mas este foi um jogo muito estranho. O Lisboa jogou apenas 11 minutos não tendo marcado qualquer ponto. O Pedro Miguel 20 e o Seixas 27!!! Que jogo extraordinário do Seixas! 6/7 triplos. Memorável!
Acrescente-se que a bizarria não se ficou por aqui... O Flávio marcou 13 pontos e o Alexandre Pires 11...

28 setembro 2006

Quando o pavilhão era pequeno...

Já aqui escrevi acerca deste embate contra o Panathinaikos portanto não me vou repetir.
Reparem mais uma vez na enchente... o ar estava irrespirável, o ambiente fabuloso!
Neste jogo foi a primeira vez que vi um jogador de basket a jogar a Guarda-Redes. Está nesta foto, veste a camisola 11 e chama-se Vrankovic. Impressionante a forma como ele "roubava" cestos. Era a mossa que fazia, os abafos que dava e as bolas a pingar no aro que tirava. Bem que podia ter estado na NBA mais uns aninhos e este jogo teria sido nosso...

26 setembro 2006

O bacalhau

Na temporada do último campeonato nacional conquistado, o Benfica teve no início da época um americano chamado James Havrilla que embora fosse bom tecnicamente era muito mole. Passados uns meses, esse jogador foi substituído por um norueguês.
O Tor Brynn deve ter sido o primeiro nórdico a jogar em Portugal e foi o jogador perfeito para colmatar as necessidades que a equipa tinha nessa época. Grande defensor, grande ressaltador, não queria protagonismo e marcava os seus pontos. Em suma, sabia qual era o seu papel e desempenhou-o na perfeição. Uma espécie de Mike Plowden, mais alto, mais forte, mais rude, menos ágil, menos tecnicista.
Recordo-me que nos seus primeiros treinos, os colegas estavam admirados com a dureza do Bacalhau. Não pela agressividade mas pela dureza mesmo. Foi o primeiro jogador que ao levar uma palmada na mão aleijava quem lhe tinha tocado. As mãos pareciam feitas de pedra.
Esta foto é do 5ºjogo da final contra o Porto. Podemos ver, para além do norueguês, o Luís Silva, o Pedro Miguel e o Carlos Lisboa. O pavilhão estava completamente cheio e, como se pode ver pela publicidade, o jogo foi transmitido pela televisão.



p.s. Andei pelo site da Liga e dei com a lista de MVPs. É a falência das estatísticas! O prémio foi instituído em 1990-91. Nessas 5 primeiras épocas em que o Benfica ganhou os 5 campeonatos (para além das prestações europeias, taças de Portugal, Taças da Liga e Supertaças), nunca um jogador do Benfica venceu o prémio.
Que fique claro, este é o tipo de prémio que deve ser atribuído em função de uma votação, preferencialmente pelos treinadores e jogadores!

25 setembro 2006

Ganhar e ganhar é desporto

Esta é a melhor frase que lhe ouvi dizer. Depois de alguns anos nas camadas jovens do Benfica, estreou-se como adjunto com o Tim Shea. Mais tarde e após uma época em que o Mário Palma não teve qualquer adjunto formou-se a dupla técnica mais conhecida do basquetebol português.
O Prof. Mário Gomes, que até é bastante simpático, nunca deve ter esboçado um sorriso durante um jogo, tal é o sofrimento que sente.
Esta foto mostra isso mesmo. Podemos ver o Jean Jacques a festejar com o fisioterapeuta José Esteves, o Rodinhas sorridente e o público em pé a aplaudir. E o que é que vemos mais? O Mário Gomes com o seu ar grave, provavelmente ainda em processo de libertação do nervosismo, que só mais tarde na Gaivota seria definitivamente abandonado. Ou não, é que no dia seguinte já haveria treino e poderia estar próximo um difícil confronto com o Imortal ou o Barreirense...
Os festejos devem-se à vitória em 1993 por 20 pontos frente ao Happoel Phillips na eliminatória de apuramento para a fase de grupos do equivalente à Euroliga.

O símbolo

Uma das particularidades da carreira do Carlos Lisboa no Benfica que ainda não foquei foi a extrema empatia existente entre ele e os adeptos. Os títulos conquistados, a qualidade e a entrega eram suficientes para que o público correspondesse apoiando a equipa mas era frequente ver o próprio Lisboa a puxar pelo público ora festejando cestos quase como se de golos se tratassem ora abrindo os braços a pedir barulho.
Esta foto é muito boa precisamente porque mostra o Lisboa a olhar o público nos olhos como que o incitando a apoiar ainda mais.
Gosto também do emblema pendurado na bancada em frente aos bancos. Se a equipa de basket personificava tudo o que o Sport Lisboa e Benfica significa, o Carlos era o seu maior símbolo.

22 setembro 2006

Mais uma fotografia de festejos

Pois, é que destas há muitas...
Desta vez é da vitória da taça de Portugal em 1994 disputada em Évora e contra a Ovarense. Ganhámos por 22...
Da esquerda para a direita:
Cima: Jaime Jorge, Mário Palma, Sêco, Jacques, Artur, Silvestre, José Tomaz, Steve, Ivo, Rocha, Mário Gomes, Esteves
Baixo: Vítor Pedroso, Baltazar, Lisboa, Mike, Guimarães, Taça*, Rodinhas, Pedro Miguel, Seixas e Carlos Móia.

*A base desta taça é revestida por placas de todos os vencedores. Sport Lisboa e Benfica, Sport Lisboa e Benfica... chega a ser monótono. Uma curiosidade em relação à taça é o facto da mesma ter passado mais tempo por debaixo do 3ºanel do antigo estádio da luz do que em qualquer outro lugar... é que o vencedor da taça, guarda-la até ao próximo vencedor...

Anos de conquista da Taça de Portugal: 46, 47, 61, 64, 65, 66, 68, 69, 70, 72, 73, 74, 81, 92, 93, 94, 95, 96

20 setembro 2006

Festejos do 7º campeonato consecutivo (até parecia o primeiro)



Jean Jacques



Carlos Lisboa



Regresso das cabines após invasão de campo. Pedro Miguel, Jean Jacques e Baltazar (em pé na mesa de jogo) e o Lisboa.



Lisboa, Seixas (com o seu boné a dizer "Filmes"), Pedro Miguel, Luís Silva e Jean Jacques.

A justiça tarda mas não falha

Lembro-me perfeitamente da desconfiança com que foi recebida a notícia de que o treinador do Imortal, Mário Palma, havia sido contratado pelo Benfica.
Nos 7 anos que esteve à frente da equipa, venceu 5 campeonatos, 5 ou 6 taças de Portugal e 5 ou 6 taças da Liga. Além disso, elevou a equipa a um patamar europeu inimaginável. Recordo que anteriormente ao Mário Palma, as provas europeias eram quase consideradas como um prémio para os jogadores das equipas melhor classificadas na época anterior.
Ainda assim, a desconfiança ia permanecendo. Nesses tempos ouvi de tudo. Ouvi, por exemplo, que com aqueles jogadores qualquer um ganharia (o que até podendo ser verdade, não retira mérito ao treinador porque, a ser assim, pelo menos não estragou). Cheguei a ouvir também que o grande mérito era do Mário Gomes pois ele é que seria a pessoa que preparava realmente a equipa. Enfim, tudo servia para menorizar a quota parte de responsabilidade do treinador no sucesso da equipa.
No início houve até desconfiança por parte dos seus colegas treinadores, nessa altura, ainda mais corporativistas do que actualmente.
Mais tarde, e apenas quando foi campeão pelo Estrelas da Avenida, vi-lhe ser reconhecido o valor que ele já há muito merecia.
Ao Mário Palma atribui-se uma frase que não será dele mas que era por si utilizada frequentemente. "O Ataque ganha jogos, a defesa campeonatos". Nem mais, era precisamente aí que residia o segredo do sucesso do Benfica. Defender até à exaustão. Ofensivamente, o valor do Lisboa e do Jacques garantiam o resto e atenção que não era fácil jogar contra equipas que preparavam defesas especiais a estes jogadores. Lembro-me que na altura os jogadores detestavam treinar 5-0 e o Mário Palma repetia "Treino é repetição".
No banco, ele não era apologista de grandes rotações, achava que quebrava o ritmo de jogo e julgo que não deveria ser fácil sentar aqueles grandes jogadores por largos períodos de tempo no banco quando, na verdade, eles cumpriam e muito bem.
A sua voz grossa e rouca era bem audível nos pavilhões. "Hey" era proferido por ele entre 35 a 45 vezes por jogo. Não raras vezes temi por ver uma apoplexia no banco do Benfica... e a equipa ganhava quase sempre.
Nesta foto, podemos ver o Mário Palma a dar indicações ao Lisboa (ou seria o contrário :) ), mas o mais habitual seria vê-lo a dar indicações ao Pedro Miguel, o jogador certinho, cumpridor à risca do plano de jogo.

18 setembro 2006

Vitória sofrida

Não me recordo bem desta vitória ao Cibona de Zagreb mas pelo resultado (67-66) dá para constatar que foi muito sofrida. Vendo atentamente as estatísticas fiquei a pensar como é que é possível, não havendo prolongamento, o Jean Jacques ter jogado 40 minutos e ter feito 5 faltas.
Neste jogo o Jacques marcou 22 pontos e ganhou 12 ressaltos. O resto dos pontos foram distribuídos pelo Lisboa, Pedro Miguel e Mike.
Outra curiosidade deste jogo foi a utilização de 8 jogadores, um excesso nas concepções de rotação de jogadores do Mário Palma.
Esta foto mostra 2 dos 5 pontos marcados pelo Carlos Seixas que nestes seus anos iniciais de Benfica se destacava pela qualidade defensiva do seu jogo e pelos minutos de qualidade que garantia ao dar descanso ao Lisboa.

15 setembro 2006

Uma das derrotas mais frustrantes

Não me recordo onde é que o jogo se realizou mas sei que não foi nem na Luz nem em Almada. Foi um jogo equilibrado com um lance muito polémico nos segundos finais. Perdíamos por 3 e há uma reposição de bola muito rápida. Não me lembro bem dos pormenores mas a bola vai parar às mãos do Lisboa (a quem mais haveria de ser?) do lado esquerdo do campo e ele lança com três jogadores do Real Madrid pendurados em cima dele a 9 ou 10 metros do cesto junto à linha lateral. A bola entra e o público e os jogadores entram em delírio até que apercebem que um dos árbitros viu o Carlos a pisar a linha lateral e anula o lance. A seguir há uma falta e lances livres a terminar o jogo e o Benfica perde por 4 (62-66).
Como não podia deixar de ser o Carlos marcou 26 pontos. O Jacques apenas 10 mas ganhou 16 ressaltos e o Pedro Miguel contribuiu com 16 pontos.
Esta equipa do Real Madrid foi campeã europeia nessa época. Jogavam, entre outros, jogadores como o Arlauckas ou o Antonio Martin.
Nesta foto podemos ver mais um dos incontáveis afundanços do Jean-Jacques com dois espectadores atentos: O Antonio Martin e o Santos. O Santos era considerado um dos melhores jogadores europeus a defender. Foi ele quem defendeu o Lisboa e não esteve mal pois limitou-o a uns míseros 26 pontecos.
Para além do carlos, o segredo, mais uma vez, estava na defesa. 14-2 em roubos de bola para o Benfica!!!

12 setembro 2006

Jogador importante mas pouco utilizado

Acredite-se ou não, o Artur Cruz é dos jogadores que mais campeonatos conquistaram ao longo da carreira. Jogador de futebol no Cova da Piedade, foi convidado pelo Gaspar Ramos para experimentar basket nas camadas jovens do Benfica devido à sua altura (2,05m). O Artur Cruz é inteligente e tem jeito para o desporto, logo não lhe foi muito complicado aprender a utilizar as suas capacidades físicas para seguir carreira no basquetebol.
Para mim ficou sempre a sensação de que poderia ter sido um pouco mais utilizado no Benfica. Recordo-me de certa vez o Mário Palma ter feito um agradecimento público a um jogador que pouco jogava mas que lhe reconhecia a inteligência basquetebolística e a imensa utilidade nos treinos. Esse jogador era o Artur. Voltou a ser mais algumas vezes campeão na PT. Será, porventura, o jogador com melhor rácio títulos/minutos jogados.
Nesta foto, vemo-lo ao lado do Jacques com a taça do Torneio de Lisboa.

11 setembro 2006

Pedro Miguel

O Pedro Miguel não foi um jogador qualquer e isso viu-se bem cedo quando "roubou" a titularidade ao Henrique Vieira com 22 ou 23 anos apenas. Não sendo muito rápido, tinha uma capacidade enorme de controlo do ritmo de jogo, acelerando-o ou acalmando-o conforme necessário.
Era também um óptimo lançador beneficiando constantemente das defesas preparadas para tentar parar o Carlos Lisboa. No que diz respeito a lançamentos de 3 pontos, tinha 2 tipos de lançamentos preferidos. O da foto, em que saía em drible de um bloqueio directo na cabeça do garrafão ou o mais frequente em que se limitava a estar parado numa cruzinha no chão à espera que a bola lhe chegasse quando o Lisboa (ou o jacques) sofria 2 para 1 ou até mesmo 3 para 1.
Esta foto é de uma vitória ao Olimpjia Ljubljana, campeão da Eslovénia em 1993. Mais uma vez, podemos ver o Prof. Mário Gomes a pedir calma.
O Benfica venceu este jogo por 24 pontos. O Jean Jacques fez um jogo brutal marcando 19 pontos e ganhando 17 ressaltos. Lisboa 21, Pedro Miguel 20, Mike 12 e Guimarães 15 fizeram o resto da festa.

08 setembro 2006

Comemoração dupla

Na festa do título de 1994, aquele dos 6-3 ao sportem, deu-se a coincidência da equipa de basket se ter sagrado campeã no dia anterior. A homenagem merecida foi espectacular porque o estádio estava completamente cheio e, nessa altura, havia o reconhecimento e o orgulho de todos os benfiquistas relativamente ao valor que a equipa de basquetebol tinha.
Foi o 6º campeonato ganho consecutivamente, o 9º em 10 épocas.
No futebol empatámos a zero com o Vitória de Guimarães. Foi também a despedida do Rui Costa.
Na foto podemos ver o Presidente Manuel Damásio a segurar a taça. O Prof. Mário Palma não está presente na foto e não me lembro do motivo. Destaco igualmente o Rodinhas, também conhecido por Nuno Ferreira, e actual treinador adjunto da futura equipa campeã nacional de Basquetebol de 2007.

07 setembro 2006

Roland

Não estou inteiramente certo do que vou dizer mas julgo que estas fotos foram tiradas pelo fotógrafo Rolando Oliveira empoleirado num escadote. O Sr. Roland trabalhava para o jornal do Benfica e fazia parte da mobília. Todos aqueles que iam com alguma regularidade ao pavilhão da Luz sabiam quem ele era e só por isso o menciono. Nunca o vi sem ser de cabelos brancos. Não faço ideia o que é feito dele.
Quanto à foto, alguns pormenores interessantes:
- O pulso esquerdo do Lisboa num estado lastimável mas nunca impeditivo de fazer aquelas coisas que só ele sabia fazer;
- O estado do parquet, que não era parquet, mas sim ripas de madeira, completamente riscadas pelos patins do hóquei e da patinagem;
- A publicidade da indesit que foi resistindo para além do terminus do contrato até que pintaram o garrafão de azul e amarelo (?!?!?!?)... e eu sei quem é que sugeriu estas cores e a razão foi que as cores existem no emblema do Benfica :))))
Esta foto foi gentilmente concedida pelo leitor Alves.

Jean Jacques

Quando chegou era um atleta por excelência. Quando saiu era o melhor estrangeiro que alguma vez jogou em Portugal.
Grande defensor, excelente ressaltador e uma enorme capacidade de marcar pontos. Pontos fracos? Apenas um, a cabeça. De vez em quando entrava em curto circuito e desaparecia do jogo ou fazia 3 faltas seguidas. Isto foi mais notório nas duas últimas épocas ao serviço do Benfica.
Costuma-se contar uma história em que a determinada altura o Tim Shea quis livrar-se do Jean Jacques. Desistiu quando lhe disseram que ele poderia ter toda a razão do mundo mas que a sair alguém seria ele e não o jogador.
Era acima de tudo um jogador espectacular. Grandes afundanços, grandes abafos, ressaltos impossíveis. Um predestinado que teria jogado em qualquer equipa do mundo!
Nesta foto de mais um folheto promocional das competições europeias podemos vê-lo a fazer um afundanço contra o sportem.

05 setembro 2006

A alegria de vencer

38 anos, 14º campeonato!!! Reparem na alegria do Carlos com a taça de campeão nacional em 1995! Este viria a ser o último campeonato nacional ganho pelo Benfica. Lembro-me perfeitamente deste momento. O jogo termina e há invasão de campo. Os jogadores festejam com os adeptos e vão para a cabine. Os jogadores voltam ao pavilhão e o Lisboa, já com a taça, ergue-a como se nunca tivesse ganho nada. O Carlos era assim, os outros jogadores também, mas acima de tudo era ele quem lembrava permanentemente que ganhar não era uma consequência do trabalho de uma época, era antes um fim em si mesmo. Não fazia sentido competir se não fosse para ganhar.
Quando o Benfica perdia um jogo, o que acontecia muito raramente, se um qualquer elemento da equipa adversária tivesse o azar de mostrar o mínimo dos contentamentos, essa equipa ficaria marcada até à primeira oportunidade de ser espezinhada. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Barreirense, num jogo em que ainda não havia 5 minutos de jogo e já o Lisboa tinha marcado 7 (Sete) triplos!!!

Eu estive lá!!!

A enchente neste Benfica-Panathinaikos não foi por acaso. O jogo realizou-se numa altura em que o resultado de um jogo europeu do Benfica era notícia de telejornal, em que as revistas de jornais semanários faziam reportagens acerca do sucesso da equipa e a RTP2 transmitia os jogos em directo. O adversário era uma das melhores equipas europeias, senão a melhor e o Benfica, caso ganhasse, teria enormes possibilidades de passar à fase seguinte. Um feito inédito, até para o Benfica.
Este jogo, a par dos quintos jogos das finais contra a Ovarense e o Porto foram as maiores enchentes que presenciei no pavilhão da Luz. Poderíamos tê-lo ganho não fosse a lesão do Carlos que escorregou no chão e fez uma rotura parcial de ligamentos do joelho.
Grandes noites de basket!!!

04 setembro 2006

A melhor exibição da carreira do Luís Silva

Final dos playoffs com o porto empatada a 2. 5º e último jogo da final. 5 minutos de jogo, o Jean-Jacques faz a 3ª falta. Entra o Luís Silva, então com 20 ou 21 anos.
O Benfica sagra-se campeão com uma vitória esmagadora e teve no Luís, um dos principais artíficies da vitória quer a marcar pontos (penso que 20), a ganhar ressaltos e a defender muito bem.
Esta foto é da jogada do jogo. Contra-ataque, a bola é passada para o Luís perto da linha de 3 pontos do lado esquerdo a 45º, ele penetra a driblar com a mão direita e faz aquele que terá sido certamente o afundanço da sua vida na cara do Gary Trost.
Este foi o último campeonato conquistado pelo Benfica. Na época seguinte ainda vencemos a taça, a taça da liga e a supertaça. O Lisboa abandonou, o Jacques foi para o Limoges...

A arma mais poderosa

O Mário Palma costumava afirmar que o ataque ganha jogos e a defesa ganha campeonatos. Normalmente há a tendência para nos lembrarmos da velocidade estonteante de execução de lançamentos do Lisboa precedidas de um bailarico ao seu(s) defensor(es) ou dos afundanços do Jean-Jacques mas a arma mais poderosa destas equipas do Benfica era a defesa. A equipa era muito bem preparada pelos treinadores Mário Palma e Mário Gomes e os jogadores faziam o resto que normalmente consistia em sufocar os adversários baixando-lhes a percentagem de lançamento, ganhar os ressaltos defensivos e partir rápido para contra-ataque.
Esta imagem também mostra que o outrora clube grande, o sportem, teve equipas de basquetebol. Lembro-me em particular de dois jogos contra o sportem.
Um deles na nave de alvalade em que um afundanço do Guimarães partiu a tabela. Lembro-me também de uma das pouquíssimas derrotas que o Benfica teve a nível doméstico num jogo no pavilhão da luz em que o Paulo Sevilha, hoje em dia árbitro, marcou um triplo antes de meio campo no final da primeira parte.
Curioso que nesta foto podemos ver o ar (sempre) apreensivo do Mário Gomes.:)
Esta foto era a capa dos cadernos promocionais dos jogos europeus de 1995.

01 setembro 2006

Para não dizerem que só tenho fotos das equipas campeãs...

Pois é... O Benfica venceu 10 campeonatos em 11 épocas o que significa que perdeu 1 em 11. Já aqui abordei superficialmente os desentendimentos entre a equipa técnica e os jogadores mas nem sequer faz sentido referi-los mais uma vez. Alguns destes jogadores, nomeadamente os mais importantes, viriam a ter problemas bem maiores com ordenados em atraso nos anos seguintes e nem isso os impediu de continuarem motivados a vencer quem quer que lhes aparecesse à frente independentemente de se chamarem Real Madrid ou Sangalhos.
Da esquerda para a direita,
Cima: José Tomaz, Evaldo Poli, João Seiça, José Silvestre, Armando Mota, Mike, Guimarães, Barbosa, José Curado e Virgílio Paula.
Baixo: Almeida, Lisboa, Cabrita(?), Emanuel, Henrique Vieira, Fernando Marques, João José e Albano.
Curiosidades: O Armando Mota deve ser o português mais alto de que há registo. Nem isso lhe permitiu ser, digamos, jogador de basquetebol... Vi-o há poucos anos no estádio da Luz num Benfica-Boavista acompanhado de elementos da casa do Benfica de Albufeira. Boa pessoa...
O João Seiça fez a melhor exibição da sua carreira num dos jogos da famigerada final contra a Ovarense do Mario Ellie e DJ. Jogou apenas uma época no Benfica.
Um dos jogos dessa final acabou provavelmente por ser o momento mais triste da carreira do Carlos Lisboa pois após uma boa exibição falhou o lance livre que daria a vitória e acabámos por perder... deixa lá Carlos, estiveste bem em 499 das 500 vezes em que foi necessário...

A mesma equipa, agora no pavilhão

A foto é da mesma equipa que a foto anterior com a inclusão do roupeiro, o Sr. Albano. O Sr. Albano era uma pessoa curiosa. Uma das suas características era afirmar sempre que o Benfica ganharia o jogo com maior ou menor dificuldade conforme as circunstâncias. Normalmente acertava.
Esta foto mostra alguns pormenores curiosos. Para os mais novos, podem reparar que o relógio do tempo de ataque tem 30 segundos. Nem sempre foram 24 e isto é importante porque permitia que, na Europa, uma equipa como o Benfica que defendia como ninguém controlasse ainda mais o tempo de ataque até porque quando não se sabia o que fazer à bola dava-se ao Lisboa que ele lá saberia como resolver.
As tabelas ainda são aquelas antigas penduradas no tecto. Quantas vezes não terá o jacques balançado aquelas tabelas. Há ainda as bancadas sem cadeiras e a rede à volta do pavilhão. Era frequente haver sócios pendurados nas redes a refilar e insultar com os árbitros. A retirada das redes fez com que o ambiente fosse menos hostil para com árbitros e adversários. No fundo retirou-se a protecção... dos malucos e não dos atletas como as cabeças pensantes costumam afirmar.
A foto foi tirada após mais uma conquista de uma taça de Portugal.

Nostalgia dupla

Esta foto foi tirada momentos antes de um jantar oferecido pela direcção à equipa de basquetebol como forma de comemoração / agradecimento por mais uma excelente época. Não sei ao certo precisar no tempo quando é que o jantar foi realizado mas penso que terá sido em 1990 ou 1991.
A nostalgia é a dobrar porque não só estamos perante uma comemoração de um título como a foto foi tirada no antigo estádio da luz, mais precisamente entre o museu e o salão nobre, por baixo do camarote presidencial.
Da esquerda para a direita: Jacques, Tiago Silva, Fernando carlos, Pedro miguel, Acácio, Henrique Vieira, José Tomaz, Mike, João Santos, Lisboa, José Capristano, Leiria, jaime Jorge, Mário Palma, Guimarães, Artur Cruz, José Esteves.

20 agosto 2006

Até Já

Vou estar em Barcelona até ao próximo Domingo pelo que este blog só voltará a ser actualizado nesse dia ou talvez no seguinte... Abraços e voltem sempre!

O terror dos aros

O afundanço que mais gostei de ver até hoje foi do Jean-Jacques em Badalona na famosa vitória do Benfica em casa dos campeões europeus em título. A bola estava perdida no chão e o jacques agarra a bola e ainda agachado salta, afunda com adversários pendurados nele e puxa o aro para baixo até aos limites que a física permite.
Um dos outros grandes momentos de basquetebol que este senhor foi protagonista aconteceu no pavilhão de Almada. Depois de um espectacular afundanço na cara do Dominique Wilkins há um rápido contra-ataque do panathinaikos. O Dominique, irritado por ter levado com um afundanço na cara, tentou fazer o mesmo ao jacques, só que o nosso Jean-Jacques não estava para isso e dá-lhe aquele que terá sido o abafo mais humilhante da sua carreira. É verdade, o inventor do tomahawk, um dos melhores marcadores de pontos de sempre e mega-estrela da NBA, foi humilhantemente abafado no Feijó...
A foto que acompanha este post é de um jogo disputado em 1994 contra os italianos do Clear Cantu no pavilhão da Luz, no qual, o Benfica voltou a mostrar que era uma boa equipa na Europa vencendo por 19 pontos com 26 do Lisboa e 17 do Jacques e do Guimarães. Destaque ainda para os 8 roubos de bola efectuados pelo Lisboa. Deve ter sido a única vez na sua carreira que roubou mais bolas do que encestou triplos...

19 agosto 2006

O castiço dos castiços

Esta foto é de mais uma vitória europeia, desta vez frente ao campeão Francês Antibes em 1991. Quem fez o lançamento foi o mítico Artur Leiria, o Kevin McHale português, senhor de um semi-gancho admirável e de um sentido de humor assinalável. Também conhecido pela sua capacidade de imitar quem quer que fosse foi um elemento preponderante na construção do espírito de grupo que reinou nas equipas do Benfica destes anos gloriosos. Na foto pode-se ainda identificar os restantes jogadores em campo: Jacques, Lisboa, Mike e Pedro Miguel. Para não variar o Lisboa e o Jacques marcaram 23 e 28 pontos respectivamente. O Jacques ganhou ainda 12 ressaltos enquanto que o Mike 15!!!

18 agosto 2006

Estatuto de favoritos

Quem poderia imaginar que uma equipa portuguesa atingiria um patamar que lhe permitisse encarar uma eliminatória de uma taça europeia com um amplo favoritismo?
Foi o que aconteceu quando se soube que o adversário seria o CSKA Sofia, campeão da Bulgária em 1992. Mas os jogos só se ganham no campo como o Benfica bem provou em Madrid ou Badalona e os búlgaros certamente que também tinham a ambição de passar à fase seguinte.
A foto ilustra 2 dos 28 pontos marcados pelo Jacques a que acrescentou 16 ressaltos. O Lisboa marcou 32 pontos (7/13 3pts), o Guimarães 18 e o Steve Rocha 24 e 13 ressaltos.
O Benfica venceu o jogo por 28 pontos sentenciando assim a eliminatória a seu favor. Mais uma grande noite europeia a que tive o privilégio e a honra de assistir.

Algumas estatísticas individuais nas competições europeias

Estas estatísticas foram recolhidas no site da FIBA Europe.

Carlos Lisboa
European Championship for Men's Clubs 1996
PPG: 16.3, RPG: 2.9, APG: 1.1
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 15.1, RPG: 2.5, APG: 1.1
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 18.4, RPG: 4.1, APG: 1.2
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 16.7, RPG: 4.7, APG: 3.0
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 20.2, RPG: 2.6, APG: 2.4
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 16, RPG: 4.0, APG: 1.0
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 23.7, RPG: 2.8, APG: 1.4

Jean Jacques
European Championship for Men's Clubs 1996
PPG: 15.6, RPG: 7.2, APG: 2.1
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 18.9, RPG: 11.5, APG: 1.7
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 19.3, RPG: 11.2, APG: 1.4
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 21.3, RPG: 11.0, APG: 1.0
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 18.7, RPG: 10.8, APG: 1.3
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 23.5, RPG: 10.5, APG: 1.5
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 18.8, RPG: 9.8, APG: 1.4

Pedro Miguel
European Championship for Men's Clubs 1996
PPG: 8.2, RPG: 2.1, APG: 2.5
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 8.9, RPG: 2.5, APG: 4.3
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 11.8, RPG: 1.8, APG: 3.5
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 8, RPG: 2.0, APG: 3.7
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 11.1, RPG: 1.6, APG: 4.2
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 9.5, RPG: 1.0, APG: 3.0
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 9.2, RPG: 2.3, APG: 4.1

Steve Rocha
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 5.6, RPG: 3.6, APG: 0.9
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 6.3, RPG: 4.3, APG: 1.0
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 14.7, RPG: 5.7, APG: 1.7
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 12.2, RPG: 4.3, APG: 1.8

Carlos Seixas
European Championship for Men's Clubs 1996
PPG: 7.6, RPG: 0.8, APG: 0.7
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 7, RPG: 1.0, APG: 0.5
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 2.2, RPG: 1.3, APG: 0.4

Luís Silva
European Championship for Men's Clubs 1996
PPG: 7.5, RPG: 3.2, APG: 1.0
European Championship for Men's Clubs 1995
PPG: 4.3, RPG: 2.3, APG: 0.3

Mike Plowden
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 10.4, RPG: 6.4, APG: 0.6
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 6.7, RPG: 2.7, APG: 0.3
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 5.8, RPG: 6.0, APG: 0.7
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 4.5, RPG: 9.0, APG: 0.5
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 8.3, RPG: 6.0, APG: 0.5

Guimarães
European Championship for Men's Clubs 1994
PPG: 10.2, RPG: 4.7, APG: 1.7
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 11, RPG: 3.3, APG: 3.0
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 12.1, RPG: 3.4, APG: 1.4
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 15, RPG: 2.0, APG: 1.5
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 15.1, RPG: 6.7, APG: 1.1

Artur Leiria
European Championship for Men's Clubs 1993
PPG: 6, RPG: 4.0, APG: 2.0
European Cup for Men's Clubs 1993
PPG: 2.6, RPG: 2.3, APG: 0.1
European Championship for Men's Clubs 1992
PPG: 10.5, RPG: 3.0, APG: 0.5
European Cup for Men's Clubs 1992
PPG: 4.4, RPG: 1.6, APG: 0.1

Perfeição em movimento

Exactamente como mandam os livros! 3 ou 4 batimentos com a bola, olhar para o cesto, inspirar, expirar, movimento perfeito da mão lançadora sem qualquer interferência da mão de apoio, coordenação motora perfeita. Reparem também como o jean-jacques já furou o bloqueio defensivo e apronta-se para, se necessário, efectuar uma tapinha.
Esta foto é de mais uma vitória europeia, desta vez em 1991 contra os israelitas do Hapoel Galil.

Silvestre e o reconhecimento alcançado

Esta fotografia foi tirada num jogo contra o Buckler Bolonha que não era uma equipa qualquer (2 vezes vencedor da Euroliga). O Buckler tinha grandes jogadores como o Binelli (na foto), Danilovic, Brunamonti ou Bill Wennington entre outros.
O jogo realizou-se em 1993 e o Benfica venceu categoricamente!!! O meu pai recorda-se que num jornal italiano dizia qualquer coisa do género "O Benfica esmagou o Buckler e até o barbudo Silvestre fez o que quis de Binelli".
Grandes noites europeias no velhinho pavilhão da Luz...

17 agosto 2006

Tim Shea

Após o tri-campeonato, o Benfica desperdiçou a oportunidade de se sagrar campeão pela 4ª vez consecutiva no célebre campeonato ganho pela Ovarense onde pontificavam os jogadores americanos DJ e Mario Ellie. Na temporada seguinte, a degradação da liderança técnica do Prof. José Curado esteve na base de um péssimo começo de época que motivou o despedimento do treinador.
Sem soluções internas, a direcção do Benfica virou-se para o estrangeiro e, em boa hora, contratou aquele que provavelmente terá sido o treinador mais genial da história do basquetebol português. Aqui genial assume um duplo sentido. Percebia de basket como ninguém mas era uma pessoa completamente desequilibrada (com mau génio).
Quando pegou na equipa, transformou um grupo despedaçado num grupo coeso. Inovou tacticamente e chegou ao título nacional quando poucos achavam ser ainda possível. No ano seguinte o Benfica passeou no campeonato.
Na sua terceira época à frente da equipa, os resultados começaram a não surgir. Conhecedor do mundo do desporto percebeu rapidamente que se preparava um despedimento e procedeu da seguinte forma: Preparou a equipa da melhor forma possível para um jogo contra a Ovarense. Pede uma reunião antes do jogo e pede a demissão. A Ovarense pareceu uma equipa banal e foi derrotada sem apelo nem agravo. Saiu pela porta grande...
Destaque nesta fotografia para o mítico seccionista Jaime Jorge e para o massagista Almeida, ambos já falecidos e que deixam a todos os que com eles privaram uma saudade eterna.

Festejos na cabine após a conquista do 7º campeonato consecutivo

Quem diria que este seria o último campeonato nacional conquistado pelo Benfica... Nesta foto é possível ver alguns dos jogadores desta equipa.
Da esquerda para a direita: Pedro Miguel, Carlos Lisboa, Alexandre Pires, Baltazar, Jean Jacques e Amílcar. O meio corpo é do Flávio, a cara tapada do Luís Silva e entre os dirigentes José Tomaz e Carlos Moia está também um elemento do plantel, o João Calado.
O grande destaque nesta foto vai para o Carlos Seixas com o seu boné, especialmente concebido para os festejos, a dizer "Filmes". Filmes era como os jogadores (entre eles) chamavam ao treinador Mário Palma...
Este foi um campeonato muito difícil em que o Benfica venceu por 3-2 na final ao porto. O pavilhão estava "ao barrote"... e reparem como é que uma equipa 7 vezes consecutivas campeã nacional festeja. É como se fosse o primeiro...

O primeiro campeonato da era Lisboa

Quando se vence 10 campeonatos em 11 temporadas é natural que poucos se lembrem do primeiro. Não tenho bem presente na minha memória como decorreu esta época nos já longínquos anos de 1984 e 1985 mas lembro-me de várias coisas.
Estávamos numa altura em que as equipas tinham apenas um estrangeiro. O estrangeiro do Benfica era José Carlos Guimarães. Foi também a época de estreia do Carlos Lisboa no basquetebol sénior do Benfica. Digo sénior porque o Carlos teve uma tentativa frustrada alguns anos antes nos cadetes... Passados uns anos, o treinador que não o quis na altura deve ter pensado "Não percebo nada disto".
Nesta foto reconheço ainda o capitão José Luís, o grande Henrique Vieira e outros jogadores com maior ou menor destaque como o Fernando Marques, Jorge Barbosa ou o Nuno Barreto.
A equipa técnica era constituída pelo José Curado e pelo Evaldo Poli e se a memória não me falha, o campeonato foi ganho após uma vitória surpreendente no pavilhão das antas.
Uma curiosidade desta foto é o facto da camisola 7 não estar vestida pelo Carlos Lisboa, mas desenganem-se aqueles que pensem que ele não envergava a camisola 7. Ele está de tronco nu e quem a veste é um seu familiar que se juntou aos festejos.

Carlos Lisboa

A primeira foto teria obrigatoriamente que ser do grande Carlos Lisboa e é do jogo contra o Panathinaikos (Vrankovic, Giannakis, Gallis, etc) no Pavilhão da Luz.
Idolatro-o desde os tempos em que jogava no Queluz, mais particularmente desde um jogo contra uma equipa Checoslovaca em que marcou cerca de 50 pontos (ainda não havia linha de 3 pontos). Na época seguinte o meu pai chegou a casa e perguntou-me se eu sabia quem é que ia jogar para o Benfica. Disse-me que era o 7 do Queluz. O brilho que se fez nos meus olhos nunca mais se apagou...
Quanto à foto, já se adivinha o que vai acontecer a seguir... travagem brusca, rotação para trás, lançamento de 3 pontos com o defensor em cima. Se este lance foi decisivo, o mais provável é a bola ter entrado. Ele era assim, raramente falhava quando era necessário, e nele, apenas nele, a bola nunca queimava nas alturas importantes... É sem sombra de dúvidas uma das grandes figuras do Sport Lisboa e Benfica e do desporto português.