Após o tri-campeonato, o Benfica desperdiçou a oportunidade de se sagrar campeão pela 4ª vez consecutiva no célebre campeonato ganho pela Ovarense onde pontificavam os jogadores americanos DJ e Mario Ellie. Na temporada seguinte, a degradação da liderança técnica do Prof. José Curado esteve na base de um péssimo começo de época que motivou o despedimento do treinador.
Sem soluções internas, a direcção do Benfica virou-se para o estrangeiro e, em boa hora, contratou aquele que provavelmente terá sido o treinador mais genial da história do basquetebol português. Aqui genial assume um duplo sentido. Percebia de basket como ninguém mas era uma pessoa completamente desequilibrada (com mau génio).
Quando pegou na equipa, transformou um grupo despedaçado num grupo coeso. Inovou tacticamente e chegou ao título nacional quando poucos achavam ser ainda possível. No ano seguinte o Benfica passeou no campeonato.
Na sua terceira época à frente da equipa, os resultados começaram a não surgir. Conhecedor do mundo do desporto percebeu rapidamente que se preparava um despedimento e procedeu da seguinte forma: Preparou a equipa da melhor forma possível para um jogo contra a Ovarense. Pede uma reunião antes do jogo e pede a demissão. A Ovarense pareceu uma equipa banal e foi derrotada sem apelo nem agravo. Saiu pela porta grande...
Destaque nesta fotografia para o mítico seccionista Jaime Jorge e para o massagista Almeida, ambos já falecidos e que deixam a todos os que com eles privaram uma saudade eterna.
17 agosto 2006
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6 comentários:
O Almeida mais conhecido por Fajão, terra onde nasceu, era um grande homem da Mouraria, grande apreciador de fado e um extraordinário contador de histórias.
O seccionista Jaime Jorge é o que tem a pála no olho? Lembro-me bem dele porque também nestes tempos era frequente assíduo do pavilhão da Luz. Não sabia que já tinha faleciado.
Sim. Faleceu talvez há 5 anos. Bom homem.
Em relação ao Almeida pode-se afirmar igualmente que era um extraordinário comilão. Foi das pessoas que conheci que mais comia. O mesmo se pode afirmar do Jaime Jorge.
Tive oportunidade de conversar com o Tim Shea e de com ele conviver muitas vezes. Como pessoa, deixava muito a desejar e isso levou a que, ao fim de pouco tempo, alguns jogadores já não o suportassem. Todos eram culpados quando as coisas corriam mal, menos ele. Passava a vida a dizer "I hate this country". Quando saiu, já a sua permanência se tinha tornado insustentável. Certa vez, durante a disputa da Taça da Liga, amuou e partiu para Lisboa, abandonando a equipa. Depois, lá voltou a Évora para a final.
Como treinador, tinhas rasgos de génio. Certa vez, na Luz, a poucos minutos do fim, foi expulso por discutir com os árbitros. Nesse momento, o Benfica estava a perder com o FC Porto. Quando o questionei quanto a este episódio, respondeu-me com toda a naturalidade: "Fiz de propósito. Senti que só se fosse expulso é que ganharíamos o jogo". E o que é certo é que o Benfica acabou por vencer.
Muito bem informado!!! Confirmo tudo... o "i hate this country" era apenas uma expressão de alguém permanentemente insatisfeito e conflituoso. Julgo que ele diria isso em qualquer país...
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