28 setembro 2006

Quando o pavilhão era pequeno...

Já aqui escrevi acerca deste embate contra o Panathinaikos portanto não me vou repetir.
Reparem mais uma vez na enchente... o ar estava irrespirável, o ambiente fabuloso!
Neste jogo foi a primeira vez que vi um jogador de basket a jogar a Guarda-Redes. Está nesta foto, veste a camisola 11 e chama-se Vrankovic. Impressionante a forma como ele "roubava" cestos. Era a mossa que fazia, os abafos que dava e as bolas a pingar no aro que tirava. Bem que podia ter estado na NBA mais uns aninhos e este jogo teria sido nosso...

26 setembro 2006

O bacalhau

Na temporada do último campeonato nacional conquistado, o Benfica teve no início da época um americano chamado James Havrilla que embora fosse bom tecnicamente era muito mole. Passados uns meses, esse jogador foi substituído por um norueguês.
O Tor Brynn deve ter sido o primeiro nórdico a jogar em Portugal e foi o jogador perfeito para colmatar as necessidades que a equipa tinha nessa época. Grande defensor, grande ressaltador, não queria protagonismo e marcava os seus pontos. Em suma, sabia qual era o seu papel e desempenhou-o na perfeição. Uma espécie de Mike Plowden, mais alto, mais forte, mais rude, menos ágil, menos tecnicista.
Recordo-me que nos seus primeiros treinos, os colegas estavam admirados com a dureza do Bacalhau. Não pela agressividade mas pela dureza mesmo. Foi o primeiro jogador que ao levar uma palmada na mão aleijava quem lhe tinha tocado. As mãos pareciam feitas de pedra.
Esta foto é do 5ºjogo da final contra o Porto. Podemos ver, para além do norueguês, o Luís Silva, o Pedro Miguel e o Carlos Lisboa. O pavilhão estava completamente cheio e, como se pode ver pela publicidade, o jogo foi transmitido pela televisão.



p.s. Andei pelo site da Liga e dei com a lista de MVPs. É a falência das estatísticas! O prémio foi instituído em 1990-91. Nessas 5 primeiras épocas em que o Benfica ganhou os 5 campeonatos (para além das prestações europeias, taças de Portugal, Taças da Liga e Supertaças), nunca um jogador do Benfica venceu o prémio.
Que fique claro, este é o tipo de prémio que deve ser atribuído em função de uma votação, preferencialmente pelos treinadores e jogadores!

25 setembro 2006

Ganhar e ganhar é desporto

Esta é a melhor frase que lhe ouvi dizer. Depois de alguns anos nas camadas jovens do Benfica, estreou-se como adjunto com o Tim Shea. Mais tarde e após uma época em que o Mário Palma não teve qualquer adjunto formou-se a dupla técnica mais conhecida do basquetebol português.
O Prof. Mário Gomes, que até é bastante simpático, nunca deve ter esboçado um sorriso durante um jogo, tal é o sofrimento que sente.
Esta foto mostra isso mesmo. Podemos ver o Jean Jacques a festejar com o fisioterapeuta José Esteves, o Rodinhas sorridente e o público em pé a aplaudir. E o que é que vemos mais? O Mário Gomes com o seu ar grave, provavelmente ainda em processo de libertação do nervosismo, que só mais tarde na Gaivota seria definitivamente abandonado. Ou não, é que no dia seguinte já haveria treino e poderia estar próximo um difícil confronto com o Imortal ou o Barreirense...
Os festejos devem-se à vitória em 1993 por 20 pontos frente ao Happoel Phillips na eliminatória de apuramento para a fase de grupos do equivalente à Euroliga.

O símbolo

Uma das particularidades da carreira do Carlos Lisboa no Benfica que ainda não foquei foi a extrema empatia existente entre ele e os adeptos. Os títulos conquistados, a qualidade e a entrega eram suficientes para que o público correspondesse apoiando a equipa mas era frequente ver o próprio Lisboa a puxar pelo público ora festejando cestos quase como se de golos se tratassem ora abrindo os braços a pedir barulho.
Esta foto é muito boa precisamente porque mostra o Lisboa a olhar o público nos olhos como que o incitando a apoiar ainda mais.
Gosto também do emblema pendurado na bancada em frente aos bancos. Se a equipa de basket personificava tudo o que o Sport Lisboa e Benfica significa, o Carlos era o seu maior símbolo.

22 setembro 2006

Mais uma fotografia de festejos

Pois, é que destas há muitas...
Desta vez é da vitória da taça de Portugal em 1994 disputada em Évora e contra a Ovarense. Ganhámos por 22...
Da esquerda para a direita:
Cima: Jaime Jorge, Mário Palma, Sêco, Jacques, Artur, Silvestre, José Tomaz, Steve, Ivo, Rocha, Mário Gomes, Esteves
Baixo: Vítor Pedroso, Baltazar, Lisboa, Mike, Guimarães, Taça*, Rodinhas, Pedro Miguel, Seixas e Carlos Móia.

*A base desta taça é revestida por placas de todos os vencedores. Sport Lisboa e Benfica, Sport Lisboa e Benfica... chega a ser monótono. Uma curiosidade em relação à taça é o facto da mesma ter passado mais tempo por debaixo do 3ºanel do antigo estádio da luz do que em qualquer outro lugar... é que o vencedor da taça, guarda-la até ao próximo vencedor...

Anos de conquista da Taça de Portugal: 46, 47, 61, 64, 65, 66, 68, 69, 70, 72, 73, 74, 81, 92, 93, 94, 95, 96

20 setembro 2006

Festejos do 7º campeonato consecutivo (até parecia o primeiro)



Jean Jacques



Carlos Lisboa



Regresso das cabines após invasão de campo. Pedro Miguel, Jean Jacques e Baltazar (em pé na mesa de jogo) e o Lisboa.



Lisboa, Seixas (com o seu boné a dizer "Filmes"), Pedro Miguel, Luís Silva e Jean Jacques.

A justiça tarda mas não falha

Lembro-me perfeitamente da desconfiança com que foi recebida a notícia de que o treinador do Imortal, Mário Palma, havia sido contratado pelo Benfica.
Nos 7 anos que esteve à frente da equipa, venceu 5 campeonatos, 5 ou 6 taças de Portugal e 5 ou 6 taças da Liga. Além disso, elevou a equipa a um patamar europeu inimaginável. Recordo que anteriormente ao Mário Palma, as provas europeias eram quase consideradas como um prémio para os jogadores das equipas melhor classificadas na época anterior.
Ainda assim, a desconfiança ia permanecendo. Nesses tempos ouvi de tudo. Ouvi, por exemplo, que com aqueles jogadores qualquer um ganharia (o que até podendo ser verdade, não retira mérito ao treinador porque, a ser assim, pelo menos não estragou). Cheguei a ouvir também que o grande mérito era do Mário Gomes pois ele é que seria a pessoa que preparava realmente a equipa. Enfim, tudo servia para menorizar a quota parte de responsabilidade do treinador no sucesso da equipa.
No início houve até desconfiança por parte dos seus colegas treinadores, nessa altura, ainda mais corporativistas do que actualmente.
Mais tarde, e apenas quando foi campeão pelo Estrelas da Avenida, vi-lhe ser reconhecido o valor que ele já há muito merecia.
Ao Mário Palma atribui-se uma frase que não será dele mas que era por si utilizada frequentemente. "O Ataque ganha jogos, a defesa campeonatos". Nem mais, era precisamente aí que residia o segredo do sucesso do Benfica. Defender até à exaustão. Ofensivamente, o valor do Lisboa e do Jacques garantiam o resto e atenção que não era fácil jogar contra equipas que preparavam defesas especiais a estes jogadores. Lembro-me que na altura os jogadores detestavam treinar 5-0 e o Mário Palma repetia "Treino é repetição".
No banco, ele não era apologista de grandes rotações, achava que quebrava o ritmo de jogo e julgo que não deveria ser fácil sentar aqueles grandes jogadores por largos períodos de tempo no banco quando, na verdade, eles cumpriam e muito bem.
A sua voz grossa e rouca era bem audível nos pavilhões. "Hey" era proferido por ele entre 35 a 45 vezes por jogo. Não raras vezes temi por ver uma apoplexia no banco do Benfica... e a equipa ganhava quase sempre.
Nesta foto, podemos ver o Mário Palma a dar indicações ao Lisboa (ou seria o contrário :) ), mas o mais habitual seria vê-lo a dar indicações ao Pedro Miguel, o jogador certinho, cumpridor à risca do plano de jogo.

18 setembro 2006

Vitória sofrida

Não me recordo bem desta vitória ao Cibona de Zagreb mas pelo resultado (67-66) dá para constatar que foi muito sofrida. Vendo atentamente as estatísticas fiquei a pensar como é que é possível, não havendo prolongamento, o Jean Jacques ter jogado 40 minutos e ter feito 5 faltas.
Neste jogo o Jacques marcou 22 pontos e ganhou 12 ressaltos. O resto dos pontos foram distribuídos pelo Lisboa, Pedro Miguel e Mike.
Outra curiosidade deste jogo foi a utilização de 8 jogadores, um excesso nas concepções de rotação de jogadores do Mário Palma.
Esta foto mostra 2 dos 5 pontos marcados pelo Carlos Seixas que nestes seus anos iniciais de Benfica se destacava pela qualidade defensiva do seu jogo e pelos minutos de qualidade que garantia ao dar descanso ao Lisboa.

15 setembro 2006

Uma das derrotas mais frustrantes

Não me recordo onde é que o jogo se realizou mas sei que não foi nem na Luz nem em Almada. Foi um jogo equilibrado com um lance muito polémico nos segundos finais. Perdíamos por 3 e há uma reposição de bola muito rápida. Não me lembro bem dos pormenores mas a bola vai parar às mãos do Lisboa (a quem mais haveria de ser?) do lado esquerdo do campo e ele lança com três jogadores do Real Madrid pendurados em cima dele a 9 ou 10 metros do cesto junto à linha lateral. A bola entra e o público e os jogadores entram em delírio até que apercebem que um dos árbitros viu o Carlos a pisar a linha lateral e anula o lance. A seguir há uma falta e lances livres a terminar o jogo e o Benfica perde por 4 (62-66).
Como não podia deixar de ser o Carlos marcou 26 pontos. O Jacques apenas 10 mas ganhou 16 ressaltos e o Pedro Miguel contribuiu com 16 pontos.
Esta equipa do Real Madrid foi campeã europeia nessa época. Jogavam, entre outros, jogadores como o Arlauckas ou o Antonio Martin.
Nesta foto podemos ver mais um dos incontáveis afundanços do Jean-Jacques com dois espectadores atentos: O Antonio Martin e o Santos. O Santos era considerado um dos melhores jogadores europeus a defender. Foi ele quem defendeu o Lisboa e não esteve mal pois limitou-o a uns míseros 26 pontecos.
Para além do carlos, o segredo, mais uma vez, estava na defesa. 14-2 em roubos de bola para o Benfica!!!

12 setembro 2006

Jogador importante mas pouco utilizado

Acredite-se ou não, o Artur Cruz é dos jogadores que mais campeonatos conquistaram ao longo da carreira. Jogador de futebol no Cova da Piedade, foi convidado pelo Gaspar Ramos para experimentar basket nas camadas jovens do Benfica devido à sua altura (2,05m). O Artur Cruz é inteligente e tem jeito para o desporto, logo não lhe foi muito complicado aprender a utilizar as suas capacidades físicas para seguir carreira no basquetebol.
Para mim ficou sempre a sensação de que poderia ter sido um pouco mais utilizado no Benfica. Recordo-me de certa vez o Mário Palma ter feito um agradecimento público a um jogador que pouco jogava mas que lhe reconhecia a inteligência basquetebolística e a imensa utilidade nos treinos. Esse jogador era o Artur. Voltou a ser mais algumas vezes campeão na PT. Será, porventura, o jogador com melhor rácio títulos/minutos jogados.
Nesta foto, vemo-lo ao lado do Jacques com a taça do Torneio de Lisboa.

11 setembro 2006

Pedro Miguel

O Pedro Miguel não foi um jogador qualquer e isso viu-se bem cedo quando "roubou" a titularidade ao Henrique Vieira com 22 ou 23 anos apenas. Não sendo muito rápido, tinha uma capacidade enorme de controlo do ritmo de jogo, acelerando-o ou acalmando-o conforme necessário.
Era também um óptimo lançador beneficiando constantemente das defesas preparadas para tentar parar o Carlos Lisboa. No que diz respeito a lançamentos de 3 pontos, tinha 2 tipos de lançamentos preferidos. O da foto, em que saía em drible de um bloqueio directo na cabeça do garrafão ou o mais frequente em que se limitava a estar parado numa cruzinha no chão à espera que a bola lhe chegasse quando o Lisboa (ou o jacques) sofria 2 para 1 ou até mesmo 3 para 1.
Esta foto é de uma vitória ao Olimpjia Ljubljana, campeão da Eslovénia em 1993. Mais uma vez, podemos ver o Prof. Mário Gomes a pedir calma.
O Benfica venceu este jogo por 24 pontos. O Jean Jacques fez um jogo brutal marcando 19 pontos e ganhando 17 ressaltos. Lisboa 21, Pedro Miguel 20, Mike 12 e Guimarães 15 fizeram o resto da festa.

08 setembro 2006

Comemoração dupla

Na festa do título de 1994, aquele dos 6-3 ao sportem, deu-se a coincidência da equipa de basket se ter sagrado campeã no dia anterior. A homenagem merecida foi espectacular porque o estádio estava completamente cheio e, nessa altura, havia o reconhecimento e o orgulho de todos os benfiquistas relativamente ao valor que a equipa de basquetebol tinha.
Foi o 6º campeonato ganho consecutivamente, o 9º em 10 épocas.
No futebol empatámos a zero com o Vitória de Guimarães. Foi também a despedida do Rui Costa.
Na foto podemos ver o Presidente Manuel Damásio a segurar a taça. O Prof. Mário Palma não está presente na foto e não me lembro do motivo. Destaco igualmente o Rodinhas, também conhecido por Nuno Ferreira, e actual treinador adjunto da futura equipa campeã nacional de Basquetebol de 2007.

07 setembro 2006

Roland

Não estou inteiramente certo do que vou dizer mas julgo que estas fotos foram tiradas pelo fotógrafo Rolando Oliveira empoleirado num escadote. O Sr. Roland trabalhava para o jornal do Benfica e fazia parte da mobília. Todos aqueles que iam com alguma regularidade ao pavilhão da Luz sabiam quem ele era e só por isso o menciono. Nunca o vi sem ser de cabelos brancos. Não faço ideia o que é feito dele.
Quanto à foto, alguns pormenores interessantes:
- O pulso esquerdo do Lisboa num estado lastimável mas nunca impeditivo de fazer aquelas coisas que só ele sabia fazer;
- O estado do parquet, que não era parquet, mas sim ripas de madeira, completamente riscadas pelos patins do hóquei e da patinagem;
- A publicidade da indesit que foi resistindo para além do terminus do contrato até que pintaram o garrafão de azul e amarelo (?!?!?!?)... e eu sei quem é que sugeriu estas cores e a razão foi que as cores existem no emblema do Benfica :))))
Esta foto foi gentilmente concedida pelo leitor Alves.

Jean Jacques

Quando chegou era um atleta por excelência. Quando saiu era o melhor estrangeiro que alguma vez jogou em Portugal.
Grande defensor, excelente ressaltador e uma enorme capacidade de marcar pontos. Pontos fracos? Apenas um, a cabeça. De vez em quando entrava em curto circuito e desaparecia do jogo ou fazia 3 faltas seguidas. Isto foi mais notório nas duas últimas épocas ao serviço do Benfica.
Costuma-se contar uma história em que a determinada altura o Tim Shea quis livrar-se do Jean Jacques. Desistiu quando lhe disseram que ele poderia ter toda a razão do mundo mas que a sair alguém seria ele e não o jogador.
Era acima de tudo um jogador espectacular. Grandes afundanços, grandes abafos, ressaltos impossíveis. Um predestinado que teria jogado em qualquer equipa do mundo!
Nesta foto de mais um folheto promocional das competições europeias podemos vê-lo a fazer um afundanço contra o sportem.

05 setembro 2006

A alegria de vencer

38 anos, 14º campeonato!!! Reparem na alegria do Carlos com a taça de campeão nacional em 1995! Este viria a ser o último campeonato nacional ganho pelo Benfica. Lembro-me perfeitamente deste momento. O jogo termina e há invasão de campo. Os jogadores festejam com os adeptos e vão para a cabine. Os jogadores voltam ao pavilhão e o Lisboa, já com a taça, ergue-a como se nunca tivesse ganho nada. O Carlos era assim, os outros jogadores também, mas acima de tudo era ele quem lembrava permanentemente que ganhar não era uma consequência do trabalho de uma época, era antes um fim em si mesmo. Não fazia sentido competir se não fosse para ganhar.
Quando o Benfica perdia um jogo, o que acontecia muito raramente, se um qualquer elemento da equipa adversária tivesse o azar de mostrar o mínimo dos contentamentos, essa equipa ficaria marcada até à primeira oportunidade de ser espezinhada. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Barreirense, num jogo em que ainda não havia 5 minutos de jogo e já o Lisboa tinha marcado 7 (Sete) triplos!!!

Eu estive lá!!!

A enchente neste Benfica-Panathinaikos não foi por acaso. O jogo realizou-se numa altura em que o resultado de um jogo europeu do Benfica era notícia de telejornal, em que as revistas de jornais semanários faziam reportagens acerca do sucesso da equipa e a RTP2 transmitia os jogos em directo. O adversário era uma das melhores equipas europeias, senão a melhor e o Benfica, caso ganhasse, teria enormes possibilidades de passar à fase seguinte. Um feito inédito, até para o Benfica.
Este jogo, a par dos quintos jogos das finais contra a Ovarense e o Porto foram as maiores enchentes que presenciei no pavilhão da Luz. Poderíamos tê-lo ganho não fosse a lesão do Carlos que escorregou no chão e fez uma rotura parcial de ligamentos do joelho.
Grandes noites de basket!!!

04 setembro 2006

A melhor exibição da carreira do Luís Silva

Final dos playoffs com o porto empatada a 2. 5º e último jogo da final. 5 minutos de jogo, o Jean-Jacques faz a 3ª falta. Entra o Luís Silva, então com 20 ou 21 anos.
O Benfica sagra-se campeão com uma vitória esmagadora e teve no Luís, um dos principais artíficies da vitória quer a marcar pontos (penso que 20), a ganhar ressaltos e a defender muito bem.
Esta foto é da jogada do jogo. Contra-ataque, a bola é passada para o Luís perto da linha de 3 pontos do lado esquerdo a 45º, ele penetra a driblar com a mão direita e faz aquele que terá sido certamente o afundanço da sua vida na cara do Gary Trost.
Este foi o último campeonato conquistado pelo Benfica. Na época seguinte ainda vencemos a taça, a taça da liga e a supertaça. O Lisboa abandonou, o Jacques foi para o Limoges...

A arma mais poderosa

O Mário Palma costumava afirmar que o ataque ganha jogos e a defesa ganha campeonatos. Normalmente há a tendência para nos lembrarmos da velocidade estonteante de execução de lançamentos do Lisboa precedidas de um bailarico ao seu(s) defensor(es) ou dos afundanços do Jean-Jacques mas a arma mais poderosa destas equipas do Benfica era a defesa. A equipa era muito bem preparada pelos treinadores Mário Palma e Mário Gomes e os jogadores faziam o resto que normalmente consistia em sufocar os adversários baixando-lhes a percentagem de lançamento, ganhar os ressaltos defensivos e partir rápido para contra-ataque.
Esta imagem também mostra que o outrora clube grande, o sportem, teve equipas de basquetebol. Lembro-me em particular de dois jogos contra o sportem.
Um deles na nave de alvalade em que um afundanço do Guimarães partiu a tabela. Lembro-me também de uma das pouquíssimas derrotas que o Benfica teve a nível doméstico num jogo no pavilhão da luz em que o Paulo Sevilha, hoje em dia árbitro, marcou um triplo antes de meio campo no final da primeira parte.
Curioso que nesta foto podemos ver o ar (sempre) apreensivo do Mário Gomes.:)
Esta foto era a capa dos cadernos promocionais dos jogos europeus de 1995.

01 setembro 2006

Para não dizerem que só tenho fotos das equipas campeãs...

Pois é... O Benfica venceu 10 campeonatos em 11 épocas o que significa que perdeu 1 em 11. Já aqui abordei superficialmente os desentendimentos entre a equipa técnica e os jogadores mas nem sequer faz sentido referi-los mais uma vez. Alguns destes jogadores, nomeadamente os mais importantes, viriam a ter problemas bem maiores com ordenados em atraso nos anos seguintes e nem isso os impediu de continuarem motivados a vencer quem quer que lhes aparecesse à frente independentemente de se chamarem Real Madrid ou Sangalhos.
Da esquerda para a direita,
Cima: José Tomaz, Evaldo Poli, João Seiça, José Silvestre, Armando Mota, Mike, Guimarães, Barbosa, José Curado e Virgílio Paula.
Baixo: Almeida, Lisboa, Cabrita(?), Emanuel, Henrique Vieira, Fernando Marques, João José e Albano.
Curiosidades: O Armando Mota deve ser o português mais alto de que há registo. Nem isso lhe permitiu ser, digamos, jogador de basquetebol... Vi-o há poucos anos no estádio da Luz num Benfica-Boavista acompanhado de elementos da casa do Benfica de Albufeira. Boa pessoa...
O João Seiça fez a melhor exibição da sua carreira num dos jogos da famigerada final contra a Ovarense do Mario Ellie e DJ. Jogou apenas uma época no Benfica.
Um dos jogos dessa final acabou provavelmente por ser o momento mais triste da carreira do Carlos Lisboa pois após uma boa exibição falhou o lance livre que daria a vitória e acabámos por perder... deixa lá Carlos, estiveste bem em 499 das 500 vezes em que foi necessário...

A mesma equipa, agora no pavilhão

A foto é da mesma equipa que a foto anterior com a inclusão do roupeiro, o Sr. Albano. O Sr. Albano era uma pessoa curiosa. Uma das suas características era afirmar sempre que o Benfica ganharia o jogo com maior ou menor dificuldade conforme as circunstâncias. Normalmente acertava.
Esta foto mostra alguns pormenores curiosos. Para os mais novos, podem reparar que o relógio do tempo de ataque tem 30 segundos. Nem sempre foram 24 e isto é importante porque permitia que, na Europa, uma equipa como o Benfica que defendia como ninguém controlasse ainda mais o tempo de ataque até porque quando não se sabia o que fazer à bola dava-se ao Lisboa que ele lá saberia como resolver.
As tabelas ainda são aquelas antigas penduradas no tecto. Quantas vezes não terá o jacques balançado aquelas tabelas. Há ainda as bancadas sem cadeiras e a rede à volta do pavilhão. Era frequente haver sócios pendurados nas redes a refilar e insultar com os árbitros. A retirada das redes fez com que o ambiente fosse menos hostil para com árbitros e adversários. No fundo retirou-se a protecção... dos malucos e não dos atletas como as cabeças pensantes costumam afirmar.
A foto foi tirada após mais uma conquista de uma taça de Portugal.

Nostalgia dupla

Esta foto foi tirada momentos antes de um jantar oferecido pela direcção à equipa de basquetebol como forma de comemoração / agradecimento por mais uma excelente época. Não sei ao certo precisar no tempo quando é que o jantar foi realizado mas penso que terá sido em 1990 ou 1991.
A nostalgia é a dobrar porque não só estamos perante uma comemoração de um título como a foto foi tirada no antigo estádio da luz, mais precisamente entre o museu e o salão nobre, por baixo do camarote presidencial.
Da esquerda para a direita: Jacques, Tiago Silva, Fernando carlos, Pedro miguel, Acácio, Henrique Vieira, José Tomaz, Mike, João Santos, Lisboa, José Capristano, Leiria, jaime Jorge, Mário Palma, Guimarães, Artur Cruz, José Esteves.